Como Declarar Investimentos no IR?

Se você começou a investir ou já possui investimentos e está preocupado em como fazer a declaração do Imposto de Renda (IR) corretamente, saiba que essa é uma etapa essencial para manter sua situação fiscal em dia. Declarar investimentos no Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) exige atenção a detalhes e conhecimento dos campos corretos a serem preenchidos. Neste artigo, explicamos o passo a passo de como realizar essa declaração, abordando tipos comuns de investimento, como Tesouro Direto, fundos de renda fixa e previdência privada.

Como declarar investimentos no imposto de renda

1. Organize Seus Documentos e Informes de Rendimentos

O primeiro passo para declarar seus investimentos no IR é reunir todos os documentos necessários. No início do ano, os bancos e corretoras enviam o informe de rendimentos para cada tipo de investimento, com informações detalhadas que serão utilizadas no preenchimento da declaração. Esse documento inclui os valores investidos, os rendimentos acumulados no ano anterior e as informações necessárias para as fichas corretas na declaração. Manter esses documentos organizados facilita o preenchimento, evitando erros e retrabalho.

2. Preenchendo a Ficha de Bens e Direitos

Os investimentos devem ser declarados principalmente na ficha “Bens e Direitos” da declaração de IRPF. Nesta ficha, é necessário especificar cada investimento com o código apropriado, conforme indicado pela Receita Federal. Abaixo, explicamos como declarar os investimentos mais comuns:

  • Tesouro Direto: Investimentos em títulos públicos, como Tesouro Selic e Tesouro IPCA, devem ser registrados com o código 45 (Aplicações de Renda Fixa – Tesouro Direto). Informe o valor de compra do título e o saldo ao final do ano, conforme consta no informe de rendimentos fornecido pela corretora ou banco custodiante.
  • Fundos de Investimento:
    • Fundos de Renda Fixa: Para fundos de renda fixa, utilize o código 71 (Fundos de Investimento) ou 74 (Fundos de Renda Fixa), dependendo do tipo do fundo. Insira o valor que consta no informe de rendimentos, sempre informando o saldo total do fundo ao final do ano anterior.
    • Fundos de Ações: Para os fundos de ações, utilize o código 72 (Fundos de Ações). Assim como em outros fundos, informe o valor total investido até 31 de dezembro do ano anterior.
  • Ações e outros Investimentos na Bolsa: As ações devem ser declaradas com o código 31 (Ações). Na ficha de “Bens e Direitos”, informe o valor da compra das ações e a quantidade adquirida. Para vendas de ações, insira as informações de lucro ou prejuízo na ficha “Renda Variável”.
  • Caderneta de Poupança: Embora seja um investimento simples e isento de imposto, a poupança também deve ser declarada. Utilize o código 41 (Caderneta de Poupança), e informe o saldo total da conta ao final do ano e os rendimentos recebidos.

3. Informando os Rendimentos

Uma das dúvidas mais comuns ao declarar investimentos é onde informar os rendimentos gerados por esses ativos. Isso pode variar dependendo do tipo de rendimento, pois alguns são tributados e outros isentos. Aqui estão os detalhes para as fichas apropriadas:

  • Rendimentos Isentos e Não Tributáveis:
    • Alguns investimentos, como a caderneta de poupança e LCI (Letras de Crédito Imobiliário), têm rendimentos isentos de imposto de renda. Esses rendimentos devem ser declarados na ficha “Rendimentos Isentos e Não Tributáveis”, utilizando o código específico.
    • Dividendos de ações também se encaixam nesta categoria e devem ser informados nessa mesma ficha com o código correspondente.
    • Recebíveis de FII (Fundos de Investimentos Imobiliários) também deve ser declarado nesta categoria pois são isentos de IR.
  • Rendimentos Sujeitos à Tributação Exclusiva/Definitiva:
    • Para investimentos como fundos de renda fixa e Tesouro Direto, utilize a ficha “Rendimentos Sujeitos à Tributação Exclusiva/Definitiva”. Esses rendimentos já tiveram o imposto descontado na fonte, e o valor informado deve corresponder ao que consta no informe de rendimentos.
    • Fundos de curto prazo são tributados a uma alíquota de 20% a 22,5%, enquanto os de longo prazo variam de 15% a 22,5%, conforme o tempo de investimento. A alíquota reduz à medida que o investimento permanece por mais tempo, de acordo com a tabela regressiva do imposto de renda.

4. Declarando Previdência Privada (PGBL e VGBL)

Investimentos em previdência privada têm regras específicas. Se você investe em um plano PGBL ou VGBL, veja como declará-los:

  • PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre): As contribuições feitas ao PGBL são dedutíveis na declaração de IR, limitadas a 12% da renda bruta anual. O saldo acumulado deve ser informado na ficha “Bens e Direitos”, com o código 36. Na declaração de rendimentos, insira o total das contribuições feitas.
  • VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre): Para o VGBL, não há benefício de dedução na base de cálculo do IR, mas ele deve ser declarado como um seguro. Utilize o código 97 para o saldo total do VGBL. No momento do resgate, apenas os rendimentos são tributados.

5. Operações de Renda Variável: Ações e Opções

Para quem investe na bolsa de valores, é necessário declarar as operações de compra e venda de ações, opções e outros ativos. Utilize a ficha “Renda Variável”, especificando o valor das vendas de ações e se houve lucro ou prejuízo:

  • Ganho de Capital: A Receita Federal exige que os lucros de operações acima de R$ 20 mil em um único mês sejam tributados. Insira o valor das operações e o imposto devido, conforme informado na ficha “Renda Variável”.
  • Compensação de Prejuízos: É permitido compensar prejuízos com ganhos futuros, reduzindo o valor do imposto devido. A Receita oferece campos para incluir tanto os ganhos quanto os prejuízos, garantindo que o valor final do imposto seja calculado corretamente.

6. Benefícios da Previdência Privada no Imposto de Renda

Além de ser uma ferramenta importante para o planejamento financeiro de longo prazo, a previdência privada oferece benefícios fiscais. Os planos PGBL, por exemplo, permitem deduzir até 12% da renda tributável, o que reduz o valor a pagar no IR. Esse benefício é especialmente vantajoso para quem busca reduzir sua base de cálculo. Se você quer saber mais sobre como a previdência privada pode contribuir para seu planejamento tributário, confira nosso artigo Por que é tão importante ter uma previdência privada.

7. Dicas Finais para uma Declaração Correta

Para evitar erros e garantir que sua declaração esteja completa, siga essas dicas práticas:

  • Consulte o Informe de Rendimentos: Sempre verifique as informações do informe de rendimentos e preencha os valores exatos indicados, sem arredondamentos. Erros nesses valores podem gerar inconsistências.
  • Revise os Códigos de Cada Ativo: Cada tipo de investimento tem um código específico, conforme exigido pela Receita. Certifique-se de que cada ativo esteja registrado corretamente na ficha de “Bens e Direitos”.
  • Atenção aos Prazos: Declare todos os investimentos até o final do prazo estabelecido pela Receita Federal para evitar multas. Caso haja imposto devido, o pagamento pode ser feito em até oito parcelas mensais.

Conclusão

Declarar investimentos no Imposto de Renda pode parecer complexo, mas com as informações corretas e os documentos organizados, o processo se torna mais simples. Seguindo este guia, você estará preparado para realizar sua declaração com mais segurança, evitando problemas futuros e garantindo que tudo esteja de acordo com as normas da Receita Federal.

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